O que não se altera
Simples e direta, como um bom folk, ela se tornou um hino dos direitos civis, e é cantada por ele até hoje. No seu último show no Brasil, neste ano mesmo, a platéia paulista foi à loucura quando Dylan encerrou a festa com a politizada canção.Nota-se quando o que se está fazendo é de qualidade no momento em que as pessoas ao seu redor o elogiam. É muito bom se esforçar para que algo aconteça e, quando esse algo acontece, ele vem acompanhado de um "gostei", de um "bah, muito bom". Vivemos para isso. O ser humano é movido pelo elogio. Ou melhor, pelo prazer de ser elogiado.
Bob Dylan, lá com seus 21 anos, deve ter adorado ter sido elogiado pela bela música que compunha para seu segundo álbum, "The Freewhellin": Blowing in the Wind.
Com certeza, mais feliz com os elogios da época deve estar Bob Dylan agora. Pois, hoje, ele vê que a sua obra não é apenas digna de elogio. É, sim, digna de ultrapassar a barreira do tempo, das décadas, das mudanças nos modos de pensar e agir das pessoas. Nota-se, aí, que o que se fez ou que se está fazendo é realmente bom. É histórico.
Hoje, Bob Dylan virou filme, que estreou dia 14 de março no Brasil: o longa "Não Estou Lá", dirigido por Martin Scorcese. No filme, seis atores encarnam Dylan, em diferentes momentos de sua carreira. Até porque, como as outras pessoas ao longo dessas décadas, Dylan também mudou.
Mas algumas coisas não mudaram: a importância e a beleza de Blowing in the Wind. Digna, ainda que tardiamente, de um "bah, muito bom" desse humilde postador.
Um comentário:
Bob Dylan não é muito a minha praia, mas acho que só se percebe mesmo o valor de uma música (ou qualquer obra de arte) quando ela consegue cruzar o tempo e se eternizar. Pelo visto, é este o caso. Muito bom o post.
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